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  • galeria das minas

LORENA ROSA

Atualizado: 20 de ago. de 2019


POR KAMILA OLIVEIRA


"Goiana vivendo em Minas, conheci a técnica do bordado aos 5 anos, em um centro comunitário. Graduanda em Artes Visuais na UFU, encontrei na técnica do bordado meu lugar na arte. Produzindo obras e ministrando cursos vejo meu trabalho sendo desenvolvido para tocar mulheres, e entre linhas, agulhas e bastidores, num movimento de idas e vindas, com um tilintar cauteloso, a criação e o empoderamento se dão¹."


"Por que a raiva não é uma emoção feminina?", 2019. Linha de algodão bordada sobre tecido 100% algodão, s/m.

Interferindo em imagens pré-concebidas ou em sua própria pele, a artista Lorena Rosa traz à discussão, questionamentos da contemporaneidade acerca do papel da mulher em nossa sociedade e as violências as quais ainda somos submetidas. Seus trabalhos encaixam-se perfeitamente à realidade atual, e contribuem para suscitar demandas tais como, a violência obstétrica, e a solidão das mulheres diante de abusos físicos, psicológicos e emocionais.



Só's, 2018. Áudio instalação e linha de algodão bordada sobre peneira de palha, 60x60cm.

Em seu trabalho “L’Origine de la Violence”, a artista traz à pauta a violência obstétrica, tema muito pertinente em tempos de retrocessos, onde questiona a necessidade do procedimento denominado "episiotomia", realizado em mulheres durante o trabalho de parto. Em “Só’s”, áudio instalação composta pelo bordado em peneiras de palha e gravações de relatos, um olhar (e a escuta) para as histórias femininas de submissão extrema nas regiões rurais do país.


A reflexão é inevitável: até que ponto somos realmente possuidoras de nossas vontades? Até que ponto determinamos o que pode ou não ser feito com nossos corpos e nossa vida?



L'Origine de la violence. 2018. Bordado aplicado em impressão sobre canvas, 61x65cm.

Rupestre. 2018. Linha de algodão sobre pele.

O bordado aqui vai além da ressignificação de ideais femininos. A linha vermelha tem o papel de comunicar a urgência, de causar incômodo, de denunciar e ir através da pele, atraves da superfície. Mas também, representar a vida que pulsa.



 



¹Currículo cedido pela artista.

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