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  • galeria das minas

DI LUA

Atualizado: 30 de ago. de 2019



ATRAVÉS DE SEU TRABALHO, A ARTISTA CONCEBE DE FORMA FIGURATIVA, CENAS QUE REPRESENTAM UM RESGATE DA CONEXÃO DO FEMININO COM A NATUREZA, E PRÁTICAS ANCESTRAIS QUE AINDA HOJE SÃO PRESERVADAS, COMO O OFÍCIO DAS BENZEDEIRAS, ABORDANDO QUESTÕES SIMBÓLICAS RELACIONADAS À ANTIGAS TRADIÇÕES POPULARES E AO SAGRADO FEMININO.


POR KAMILA OLIVEIRA


Ya jurema-rezadeiras, 2019. Acrílica e guache sobre papel.


“Filha de Muritiba, uma das cidades que compõem a região do recôncavo baiano, comecei a pintar e desenhar ainda menina e nunca mais parei. Faço da arte, ferramenta de resistência e busco através dela expressar o feminino em nossa existência subjetiva e social sempre fazendo o cruzamento mulher/corpo/natureza. Cursei cinco semestres de artes visuais pela UFRB e esse ano realizei minha primeira exposição coletiva junto com mais de 20 artistas, no Festival Feminista de Lisboa.

Acredito na arte como ferramenta de transformação social e nasci de lua junto com a maternidade.¹”

O trabalho de Di Lua, evoca uma reconexão com raízes profundas. Conhecimentos herdados, que são transmitidos não apenas por uma necessidade, mas também, por laços afetivos. Em seu trabalho, o místico e a vida cotidiana se entrelaçam e contam histórias, tais quais ouvíamos de nossas avós.



Irmandade da boa morte, 2019. Acrílica sobre papel.

O peso da dupla/tripla jornada das trabalhadoras rurais-mulheres rurais.

As heranças familiares, conexão das mulheres com a Lua, ervas e cura. Elementos associados à uma dinâmica de tradições transmitidas oralmente de mães para filhas, por incontáveis gerações. Com uma importância inegável a respeito da forma como se constituem os conhecimentos populares, são reconhecidos como base importante de toda uma história.



Eva Ave Maria, 2019. Acrílica sobre papel.

Salobras - quando o mar e o rio se encontram. Acrílica sobre papel.

Aqui a reflexão diz respeito à valorização dos saberes ancestrais, e de toda uma cultura que além de alicerce, permeia tudo o que somos. Por suas raízes tão fortes encontram-se presentes ainda hoje nos lugares mais remotos aos mais populosos. Estão arraigados em nossa sociedade, e apesar de sofrerem certo esquecimento, podemos perce-ber na atualidade um movimento que busca retomá-los.


Histéricas. Acrílica sobre papel.

Lunáticas. Acrílica sobre papel

"Reza do vento"- rezadeiras. 2019. Guache e lápis de cor sobre papel.


Faço da arte, ferramenta de resistência e busco através dela expressar o feminino em nossa existência subjetiva e social sempre fazendo o cruzamento mulher/corpo/natureza.

A questão da mulher e seu vínculo com o entorno também é algo encontrado em seu trabalho. Por sua interação cíclica com a natureza, de onde provém a sabedoria para lidar com as adversidades enfrentadas diariamente.

Em suas pinturas, Di Lua trata do resgate de suas próprias raízes, representando todas as mulheres que de alguma forma, estão retornando às suas origens, reconhecendo seus corpos e reverenciando este elo entre a natureza e a humanidade, valorizando suas memórias, e admitindo-as como parte de quem são.


Quebranto - rezadeiras. Acrílica e guache sobre papel.


 

Instagram @dilua_virada



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