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LUANA GOMES

Atualizado: 16 de ago. de 2019



POR KAMILA OLIVEIRA


Luana Gomes é artista visual, nascida em São Paulo, em 1997. Através de suas experiências pessoais onde desde a infância precisou enfrentar o racismo entre outras formas de preconceito, a artista consegue através de linguagens e técnicas distintas, reproduzir sua percepção e sentimentos originados a partir destas vivências, onde os questionamentos sobre identidade e autovalor foram sempre recorrentes.

Intercalando o trabalho com a fotografia, a gravura e a performance, a artista utiliza seu próprio corpo como matéria pictórica, numa forma de experiência, mas também se valendo dele como lugar de recordação. Objeto condutor da essência, que transita entre o medo e a liberdade, a força e a vulnerabilidade.



Trabalho da série “Where is my mind”, 2018. Ilustração digital. 30x23 cm.


Identidade abstrata: a mente depois de uma crise, 2018. Litogravura. 35x50 cm.

Questões como a busca da autovalorização, percepções sobre sua própria identidade, e a resistência perante o racismo agregado ao cotidiano, que comumente não é visto como um agente associado às doenças mentais pertinentes à atualidade, são os principais temas abordados em sua obra. Sua performance “Infância: os brinquedos que eu brincava”, demonstra uma busca pela libertação, onde a artista, vestida em uma camisa de força chicoteia com as próprias mangas dois biombos de cor branca, numa espécie de catarse, ou uma forma de extravasar toda a carga de sentimentos reprimidos.


”Crianças brancas

Pais brancos

Paredes brancas

Fico cega

Papai Noel, quero acordar caucasiana

Acordei petróleo

Brinco de corda apenas com dois pés

As crianças não brincam com ovelha negra

E me alimento sozinha no banheiro”¹



Secreto violento I, 2018. Fotografia.


Secreto violento II, 2018. Fotografia.

Secreto violento III. 2018. Fotografia.

Identidade, 2018. Litogravura, com decalque direto na pedra. 35x50 cm

A artista utiliza seu próprio corpo como matéria pictórica, numa forma de experiência, mas também se valendo dele como lugar de recordação.

Nascimento da mulher, 2019.





Infância: os brinquedos que eu brincava, 2018. Performance.


Múltiplas, 2019. Gravura em metal.

“Where is my mind”, 2019.

Em sua série de trabalhos “Identidade” Luana utiliza seu corpo como instrumento pictórico. A artista cria um decalque a partir da tinta disposta sobre seus seios, gravando sobre a pedra de litogravura para em seguida realizar a impressão no papel. Este método evoca o reconhecimento do corpo como território, e uma necessidade de se projetar para fora, de enxergar a si mesma sob outra perspectiva: a perspectiva de um corpo que reivindica seu lugar no mundo.






Trabalhos da série “Que é desumano”, 2018. Gravura em metal.

Na fotografia, mais especificamente na séria “Where is my mind”, Luana trata da autoconsciência acerca das doenças mentais associadas ao nosso tempo, decorrentes de processos traumáticos, principalmente relacionados às suas próprias vivências. A intervenção nas imagens tenta reproduzir a ideia dos ruídos e interferências de uma mente que não se encontra em seu estado normal ou saudável, levando o indivíduo a um processo de desumanização.



“Where is my mind” I, 2018.

Sua trajetória artística representa uma busca pela cura, tanto individual, como coletiva. Luana expõe seu processo pessoal e o coloca à disposição do expectador, como um diário aberto, onde suas memórias e dores são usadas como combustível de transformação.


 

¹Texto integrante da performance “Infância: os brinquedos que eu brincava”, 2018.


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